Eu não sei de destino,
de fado, devida,
Eu não sei de mentira,
eu não sei de verdade,
Eu não sei nem de
encantos de felicidade,
Eu não sei nem de amor
nem de mágoa sentida!
Eu não sei de sorriso,
alegria perdida,
Eu não sei de tristeza,
eu não sei de saudade,
Eu não sei estar
inteiro, tampouco metade,
Eu não sei de regresso,
eu não sei de partida!
Eu não sei mais de
claro e escuro na cidade,
Eu não sei de teus
olhos, de luz prometida,
Eu não sei de desejo,
nem se paixão arde!
Eu não sei da palavra
que meu canto invade,
Eu não sei do silêncio,
da folha caída,
Eu não sei de
esperança: É cedo?...É tarde?...
Joaquim do Carmo
In
Amanhecer
pelo Fim da Tarde
Pag. 64.