Caminhamos por entre as árvores
com a boca a saber a menta e a malvas.
Trazemos nas mãos um herbário
de tão fugaz esperança
que nenhuma outra se tece sem desvios
na dobra do peito.
Talvez existam anjos com olhos de musgo
à beira dos abismos por onde se esgueiram
os dias que nos roubam a eternidade.
Talvez a turbulência verde na borda dos ribeiros
unja de seiva a passagem do tempo.
Graça Pires
De 'A incidência da luz', 2011
Certamente, Graça!
ResponderExcluirBelíssimo poema onde a esperança é verde, quer seja o lindo inseto, ou o sentido!
Parabéns!
Beijos
Mirze