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31 de mar. de 2009

Transantúltimas vontades


A meus filhos — para que as
cumpram, ou não, e as façam
(ou não) cumprir.

Meninos, tomem sentido:
amanhã já não me acordem.
— É isso, pai, um pedido?...
— Não, amores: é uma ordem.

Vou morrer menino e moço,
sem pátria nem parentela,
com esta cruz ao pescoço
e a coroa real na lapela.

Pretendo um inteiro olvido.
Não quero que me recordem.
— É isso, pai, um pedido?...
— Não, amores: é uma ordem.

Rodrigo Emílio

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