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25 de abr. de 2009
Sinto na Angústia o Quem me Lembrasse
Sinto na angústia o quem me lembrasse
e do lembrar a mim como uma ponte
onde de noite já ninguém passasse
viesse a notícia desse outro horizonte
em que o meu grito preso na garganta
dissesse à voz que não ouvi e veio
quanto cansaço inverossímil, quanta
fadiga me enternece como um seio.
Vibrátil voga vaga pela tarde
que em cigarros distrai o eu estar só
a chama obscura que visível arde
quando arde ao sol o pó.
Vergílio Ferreira,
in 'Conta-Corrente 1'
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