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25 de out. de 2010
Sou habitante da cidade
Sou habitante da cidade, como os pombos
que esvoaçam a esperança de lés a lés.
Sou habitante da cidade,
como todos os sobreviventes
do cansaço ritmado dos horários.
As ruas esvaziam-se.
Um som sufocado de baladas protege
os culpados das ruínas do outono.
Em vão me iludo com a claridade da cidade desperta.
Ninguém chora a noite
depois da passagem dos barcos
pelo olhar das pessoas desprevenidas.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1994
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Excelente!
ResponderExcluirSituar-se como todos os sobreviventes. O "lugar frágil" passa a ser a fortaleza dos que aí vivem!
Bravíssimo!
Abraços
Mirze