À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.
As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.
Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.
Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.
António Gedeão
Movimento Perpétuo
“in” Poesias Completas
Magnífico poema, Antonio Gedeão!
ResponderExcluirQuando descem as tardes poucos percebem com o olhar poético. Elas descem todos dias indiferentes a nós, e a cada dia um novo "descer de tarde".
Sublime!
Beijos
Mirze