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19 de jul. de 2009

Rupturas



há corvos pousados nas neblinas adiadas.

augúrios! as laqueações interrompidas das ilusões.
mas quantos prenúncios foram realmente descontados?

no limiar da densidade perene,
vagam incertos os lamentos dos deuses,
os receptáculos vazios fulgem.
sem cinzas ou ventos passados!

apenas se recordam as magnólias roxas.
o velho fluir, esbateu-se no som presente.

são as dissonâncias das eras.
e no entanto, basta ir pelos meatos vizinhos
onde vida é um pendente interrompido.

nas névoas suspensas estiveram corvos pousados!

foi cidra, a água do tempo.
e desprendeu-se o conhecimento do antigo.



Vicente Ferreira da Silva
in 'Interlúdios da Certeza'
*Poeta português, homônimo do filósofo brasileiro.

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