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28 de ago. de 2013

ESPAÇO

ESPAÇO

Deito-me no
teu corpo
como se fosses
a minha última cama
no meu quarto de hóspede dos dias.
Deito-me e
velo
a criança lúcida
que dorme reclinada
na orla marítima do silêncio.
Ali onde o
tempo
se anula e renova
na substância palpável
dum gesto ou dum olhar
colhidos sobre a água
construo a minha casa,
habito o espaço inteiro
disponível para a vida,
necessário para a morte.


Albano Martins
in:Em Tempo

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