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21 de out. de 2013

Na luz a prumo



Se as mãos pudessem (as tuas,
as minhas) rasgar o nevoeiro,
entrar na luz a prumo.
Se a voz viesse. Não uma qualquer:
a tua, e na manhã voasse.
E de júbilo cantasse.
Com as tuas mãos, e as minhas,
pudesse entrar no azul, qualquer
azul: o do mar,
o do céu, o da rasteirinha canção 
da água corrente. E com elas subisse.
(A ave, as mãos, a voz.)
E fossem chama. Quase.


Eugénio de Andrade





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