Eugénio de Andrade foi o pseudônimo de José Fontinhas Rato
Poeta português do séc. XX, nascido na freguesia de Póvoa
de Atalaia (Fundão) em 19 de Janeiro de 1923,fixando-se em
Lisboa em 1932 com a mãe, que entretanto se separara do pai.
A sua infância foi passada com a mãe, na sua aldeia natal.
Mais tarde, prosseguindo os estudos, foi para Castelo Branco,
Lisboa e Coimbra, onde residiu entre 1939 e 1945. Em 1947
entrou para a Inspecção Administrativa dos Serviços
Médico-Sociais, em Lisboa. Em 1950 foi transferido para
o Porto, onde fixou residência.
Abandonou a idéia de um curso de Filosofia para se dedicar
à poesia e à escrita, atividades pelas quais demonstrou
desde cedo profundo interesse, a partir da descoberta de
trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto.
Camilo Pessanha constituiu outra forte influência do jovem
poeta Eugénio de Andrade.
Embora não se integre em nenhum dos movimentos literários
que lhe são contemporâneos, não os ignorou, mostrando-se
solidário com as suas propostas teóricas e colaborando nas
revistas a eles ligadas, como Cadernos de Poesia; Vértice;
Seara Nova; Sísifo; Gazeta Musical e de Todas as Artes;
Colóquio, Revista de Artes e Letras; O Tempo e o Modo e
Cadernos de Literatura, entre outras.
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à
palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo
a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poética
de Eugénio de Andrade, aproximando-a do lirismo primitivo
da poesia galego-portuguesa ou, mais recentemente, do
simbolismo de Camilo Pessanha.
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não
apenas do eu individual, integrado num coletivo, com o
qual se harmoniza (terra, campo, natureza - lugar de
encontro) ou luta (cidade - lugar de opressão, de conflito,
de morte, contra os quais se levanta a escrita combativa).
A figuração do tempo é, assim, igualmente essencial na
poesia de Eugénio de Andrade, em que os dois ciclos, o do
tempo e o do Homem, são inseparáveis, como o comprova, por
exemplo, o paralelismo entre as idades do homem e as
estações do ano. A evocação da infância, em que é notória
a presença da figura materna e a ligação com os elementos
naturais, surge ligada a umavisão eufórica do tempo,
sentido sempre, no entanto, retrospectivamente.
A essa euforia contrapõe-se o sentimento doloroso provocado
pelo envelhecimento, pela consciência da aproximação da
morte (assumido sobretudo a partir de Limiar dos Pássaros),
contra o qual só o refúgio na reconstituição do passado
feliz ou a assunção do envelhecimento, ou seja, a escrita,
surge como superação possível.
Ligada à adolescência e à idade madura, a sua poesia
caracteriza-se pela presença dos temas do erotismo e da
natureza, assumindo-se o autor como o «poeta do corpo».
Os seus poemas, geralmente curtos, mas de grande
densidade, e aparentemente simples, privilegiam a evocação
da energia física, material, a plenitude da vida e dos
sentidos.
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional,
Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida
social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado
as suas raras aparições públicas com "essa debilidade do
coração que é a amizade".
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prêmio da
Associação Internacional de Críticos Literários (1986),
Prêmio D. Dinis (1988), Grande Prêmio de Poesia da
Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prêmio Camões
(2001).
Foi galardoado com o Prémio de Poesia da Associação
Portuguesa de Escritores, atribuído a O Outro Nome da Terra
(1988), e com o Prêmio de Poesia Jean Malrieu, por
Branco no Branco (1984). Recebeu ainda, em 1996, o Prêmio
Europeu de Poesia. Foi criada, no Porto, uma fundação com o
seu nome.
Em Setembro de 2003 a sua obra "Os sulcos da sede" foi
distinguida com o prêmio de poesia do Pen Clube. Viveu
em Lisboa de 1932 a 1943. Fixou-se no Porto, a partir
de 1950, como funcionário dos Serviços Médico-Sociais.
Faleceu a 13 de Junho de 2005, no Porto, após uma doença
neurológica prolongada.
Poeta português do séc. XX, nascido na freguesia de Póvoa
de Atalaia (Fundão) em 19 de Janeiro de 1923,fixando-se em
Lisboa em 1932 com a mãe, que entretanto se separara do pai.
A sua infância foi passada com a mãe, na sua aldeia natal.
Mais tarde, prosseguindo os estudos, foi para Castelo Branco,
Lisboa e Coimbra, onde residiu entre 1939 e 1945. Em 1947
entrou para a Inspecção Administrativa dos Serviços
Médico-Sociais, em Lisboa. Em 1950 foi transferido para
o Porto, onde fixou residência.
Abandonou a idéia de um curso de Filosofia para se dedicar
à poesia e à escrita, atividades pelas quais demonstrou
desde cedo profundo interesse, a partir da descoberta de
trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto.
Camilo Pessanha constituiu outra forte influência do jovem
poeta Eugénio de Andrade.
Embora não se integre em nenhum dos movimentos literários
que lhe são contemporâneos, não os ignorou, mostrando-se
solidário com as suas propostas teóricas e colaborando nas
revistas a eles ligadas, como Cadernos de Poesia; Vértice;
Seara Nova; Sísifo; Gazeta Musical e de Todas as Artes;
Colóquio, Revista de Artes e Letras; O Tempo e o Modo e
Cadernos de Literatura, entre outras.
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à
palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo
a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poética
de Eugénio de Andrade, aproximando-a do lirismo primitivo
da poesia galego-portuguesa ou, mais recentemente, do
simbolismo de Camilo Pessanha.
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não
apenas do eu individual, integrado num coletivo, com o
qual se harmoniza (terra, campo, natureza - lugar de
encontro) ou luta (cidade - lugar de opressão, de conflito,
de morte, contra os quais se levanta a escrita combativa).
A figuração do tempo é, assim, igualmente essencial na
poesia de Eugénio de Andrade, em que os dois ciclos, o do
tempo e o do Homem, são inseparáveis, como o comprova, por
exemplo, o paralelismo entre as idades do homem e as
estações do ano. A evocação da infância, em que é notória
a presença da figura materna e a ligação com os elementos
naturais, surge ligada a umavisão eufórica do tempo,
sentido sempre, no entanto, retrospectivamente.
A essa euforia contrapõe-se o sentimento doloroso provocado
pelo envelhecimento, pela consciência da aproximação da
morte (assumido sobretudo a partir de Limiar dos Pássaros),
contra o qual só o refúgio na reconstituição do passado
feliz ou a assunção do envelhecimento, ou seja, a escrita,
surge como superação possível.
Ligada à adolescência e à idade madura, a sua poesia
caracteriza-se pela presença dos temas do erotismo e da
natureza, assumindo-se o autor como o «poeta do corpo».
Os seus poemas, geralmente curtos, mas de grande
densidade, e aparentemente simples, privilegiam a evocação
da energia física, material, a plenitude da vida e dos
sentidos.
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional,
Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida
social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado
as suas raras aparições públicas com "essa debilidade do
coração que é a amizade".
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prêmio da
Associação Internacional de Críticos Literários (1986),
Prêmio D. Dinis (1988), Grande Prêmio de Poesia da
Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prêmio Camões
(2001).
Foi galardoado com o Prémio de Poesia da Associação
Portuguesa de Escritores, atribuído a O Outro Nome da Terra
(1988), e com o Prêmio de Poesia Jean Malrieu, por
Branco no Branco (1984). Recebeu ainda, em 1996, o Prêmio
Europeu de Poesia. Foi criada, no Porto, uma fundação com o
seu nome.
Em Setembro de 2003 a sua obra "Os sulcos da sede" foi
distinguida com o prêmio de poesia do Pen Clube. Viveu
em Lisboa de 1932 a 1943. Fixou-se no Porto, a partir
de 1950, como funcionário dos Serviços Médico-Sociais.
Faleceu a 13 de Junho de 2005, no Porto, após uma doença
neurológica prolongada.
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